Conectar disciplinas e temas distintos em um mesmo projeto é uma das muitas ferramentas utilizadas pelos profissionais da educação na busca pelo interesse e engajamento dos alunos. Na Escola Gregória de Mendonça, em Santo Antônio da Patrulha, o projeto Culinária Poética traz uma mistura curiosa: poesia com alimentação, Língua Portuguesa com Biologia. Mas como fazer isso dar certo?

Na atividade, iniciada em 2019, os alunos do 8º ano pesquisam poetas, suas obras e destacam produções que abordem a alimentação, na parte da Língua Portuguesa. A análise dos benefícios do consumo desses alimentos, dos nutrientes presentes em cada um deles, entre outros aspectos, são realizados na Biologia.

“Projetos inovadores nas escolas são fundamentais. Em especial em parceria com outras disciplinas. Os alunos ficam mais motivados e entusiasmados com a dinâmica”, explica Priscila Soares Nunes, professora de Língua Portuguesa à frente da iniciativa, ao lado de Cláudia Coelho, de Biologia.

Os estudantes também criam suas próprias poesias, respeitando a temática e estimulando a criatividade com a caneta no papel. O Culinária Poética é apenas uma das diversas ações realizadas na instituição, com destaque também para a Mostra do Conhecimento e Mostra Literária, atividades que mobilizam os estudantes na apresentação de projetos multidisciplinares.

Educação e família

Com seus mais de 630 alunos, a escola recebe estudantes do ensino fundamental, médio e EJA (Educação de Jovens e Adultos). Diretora desde 2016, Ana Rosa Collar possui uma relação familiar com a escola. Sua mãe, a poetisa e professora, Lenira Maria Martins Collar, lecionava na instituição na década de 70 e levava consigo Ana quando pequena. Com o passar dos anos, sua trajetória passou de aluna, para professora, até finalmente diretora.

“Minha mãe lecionou por quase três décadas e, inclusive, compôs o hino da Gregória de Mendonça. Assumi esse desafio com muita disposição e desde o início contei com o apoio da equipe, alunos e comunidade. Todos unidos na mesma direção para que a escola siga evoluindo”, explica Ana Rosa.

Comunidade parceira

A participação ativa de vizinhos, estudantes e professores proporcionou importantes melhorias ao longo dos anos. Uma mobilização pelas redes sociais arrecadou a tinta necessária para que a escola ganhasse cara nova. Além disso, um grupo de alunos, orientados pela professora de Artes, pintou os muros externos, trazendo beleza aos espaços até então tomados por pichações.

“Tivemos boas ideias, mas nada seria realizado sem a ajuda de todos. Nós lançamos a semente, mas eles que encampam e fazem acontecer. Pedimos ajuda e recebemos valiosas contribuições para que as pinturas fossem viabilizadas”, completa a gestora.