Foram 58 viagens ao longo do ano, mais de 16 mil quilômetros percorridos e milhares de horas trabalhadas, mas valeu a pena. A Secretaria de Estado da Educação, por meio do Departamento de Articulação com Municípios (DAM/Seduc), concluiu o trabalho de implantação do software de transporte escolar nos 468 municípios gaúchos que fazem parte do Programa Estadual de Apoio ao Transporte Escolar (Peate). A medida significa mais agilidade e segurança para os alunos e, aos cofres públicos, uma economia de cerca de 30% no serviço feito em parceria com os municípios.

“O ano de 2018 será de aprimoramento e, ao mesmo tempo, de fazer o sistema ganhar raízes em cada um dos municípios onde há transporte escolar. Demos um passo enorme, mas ainda há bastante trabalho a fazer”, declarou o diretor do DAM, Itamar Chagas.

Além de estabelecer a melhor rota e o custo médio de cada roteiro, o sistema permite que o município, por meio de um programa de computador, saiba o tempo de cada viagem e até se houve paradas no caminho feito pelos motoristas. Até então, para efetuar o transporte, o custo das viagens era estipulado pelos prestadores que ganhavam a licitação para o serviço – o sistema de licitação continua, mas agora o preço do transporte é definido pelos dados apontados pelo software.

Na Capital

A implantação beneficia mais 87,6 mil alunos de cerca de 2 mil escolas em todo o Estado. Mesmo em Porto Alegre, embora não haja transporte rural, o software é utilizado no transporte de alunos das três escolas da região das ilhas – as de Ensino Fundamental Oscar Schmitt e Maria José Mabilde e a de Ensino Médio Almirante Barroso. “Foi feito um georreferenciamento com alunos da região e o transporte, que antes ficava com uma só empresa responsável, foi dividido em nove lotes. Já melhorou bastante o serviço este ano e, com certeza, ficará melhor para 2018”, disse a coordenadora da 1ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), Maria Luiza Moraes.

Capacitação

Para operar o software desenvolvido pela empresa Mstech, foi feita uma capacitação com secretários e assessores de cada cidade onde há transporte escolar. De acordo com a empresa, uma equipe com 20 profissionais, entre programadores, analistas, designers e outros, desenvolveu a ferramenta. Foram necessárias cerca de mil horas de trabalho. As servidoras da Seduc Lisete Link e Fátima Busatto forneceram informações sobre o Peate e outros dados técnicos. “Esta ferramenta de gestão é um diferencial, pois possibilita que tenhamos um retrato fiel do transporte escolar nos municípios, especificando o custo”, completou Itamar.

Em 2017, o governo do Estado investiu cerca de R$ 152 milhões para a realização dos serviços de transporte nos municípios que aderiram ao Programa Estadual de Apoio ao Transporte Escolar (Peate).