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Estudo analisa maternidade e paternidade não-planejadas nas escolas estaduais

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Gravidez Precoce
A secretária estadual da Educação, Nelsi Müller, apresentou nesta quinta-feira, dia 26, estudo inédito que traçou um panorama no Estado da situação da gravidez não-planejada, envolvendo alunos dos municípios do interior, atendidos pela rede pública estadual de ensino. O levantamento, realizado pelo projeto Saúde Escolar, junto às 30 Coordenadorias Regionais de Educação (CRE) existentes no Rio Grande do Sul, analisou a paternidade e a maternidade na adolescência, verificando a questão por faixa etária, modalidade de ensino, série, bem como seus reflexos nos índices de evasão escolar e o envolvimento das escolas na abordagem do tema. De acordo com o levantamento, foram registrados 1.699 casos de maternidade precoce. Entre os meninos, foram contabilizados 588 casos de paternidade na adolescência. Outro dado relevante apontado pela pesquisa diz respeito à evasão escolar. Só entre as meninas, 569 abandonaram os estudos em função da gravidez. Os dados revelaram, ainda, que quanto mais cedo ocorre a gravidez, mais freqüentes são os casos de evasão. Na 6ª série do Ensino Fundamental, por exemplo, 53% das alunas grávidas desistiram de estudar. Já no 1° ano do Ensino Médio, a ocorrência cai para 43%. Segundo Nelsi Müller, os dados obtidos vão permitir a ampliação do trabalho e o desenvolvimento de novas ações com a finalidade de atacar o problema. ?A pesquisa permitirá uma atuação mais eficaz no aspecto da prevenção, definindo exatamente o momento adequado e a melhor forma para abordar o tema?, afirmou. Em relação à idade, o problema ocorre mais precocemente no sexo feminino. A maior incidência de casos de maternidade não-planejada atinge jovens entre 15 e 16 anos. Do total de casos, 1.146 foram identificados nessa faixa etária. Cabe destacar, também, que entre 13 e 14 anos há um aumento significativo nas ocorrências, que passam de 70 para 189, respectivamente. No caso dos rapazes, a paternidade vem um pouco mais tarde, entre 16 e 18 anos. Dos 588 casos contabilizados, 70% ocorreram nessa fase da vida. Entre as modalidades, o Ensino Médio (EM) concentra o maior número de casos. A situação das meninas é mais crítica na 1ª e 2ª séries do EM, registrando 718 jovens grávidas. Entre os meninos, o problema atinge maior proporção nos três anos do EM, com 381 casos. Em ambos os sexos, o maior número de ocorrências foi registrado aos 16 anos. Foram identificados 176 meninos e 409 meninas que enfrentam essa situação. O estudo levantou ainda 10 casos em que a gravidez precoce foi resultado de algum tipo de violência sexual. A maioria deles ocorreu entre os 13 e os 15 anos e envolveram tanto alunas do Ensino Médio, quanto do Fundamental. No entanto, esse número pode ser ainda maior, pois, na maioria das vezes, a vítima deixa de fazer a denúncia. A secretária destacou, também, a necessidade do envolvimento de toda a comunidade escolar. ?Precisamos da participação de pais, alunos e professores para que, juntos, possamos transmitir mensagens claras sobre a saúde, cuidados com o corpo, doenças, entre outros?, concluiu, lembrando que o tema é tratado de forma transversal, envolvendo diversas disciplinas do currículo escolar e, além disso, muitas instituições promovem campanhas e projetos que buscam combater a gravidez não-planejada.
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