Avaliação de Fluência Leitora 2025 aponta avanços na alfabetização no RS
Alta taxa de participação e redução de pré-leitores nos níveis mais elementares marcam os destaques da devolutiva
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Na tarde desta terça-feira (10/6), a Secretaria da Educação do Rio Grande do Sul (SEDUC-RS) realizou a live de devolutiva dos resultados da Avaliação Diagnóstica de Fluência Leitora 2025. A iniciativa teve como objetivo apresentar à rede pública os dados mais recentes da avaliação, contribuindo para o planejamento de políticas e estratégias que fortaleçam o processo de alfabetização no Estado.
A transmissão foi conduzida por Sandra Betiatto, coordenadora da Divisão de Fortalecimento da Alfabetização em Regime de Colaboração e articuladora Renalfa na SEDUC-RS. Participaram também da conversa a secretária estadual da Educação, Raquel Teixeira; a presidente da Undime-RS, Ana Paula Ferreira Cruz Bennemann; a analista de avaliação da Fundação CAEd, Luciana Netto Sales; e o gestor de projetos e analista de avaliação da Associação Bem Comum, Ícaro Faria.
A secretária Raquel Teixeira destacou o papel da educação como vetor de transformação social. Em sua fala, ressaltou o potencial do Estado em superar desafios:
“Precisamos dar o melhor possível para as nossas crianças, olhando juntos na mesma direção, com um caminho trilhado de forma substantiva e embasada. A educação é a nossa grande oportunidade de mostrar ao Brasil a capacidade gaúcha de resiliência e superação, cumprindo com o que a Constituição garante: o direito à educação para todos.”
Durante a abertura, Sandra reforçou a importância da devolutiva como um instrumento de diálogo e aprimoramento:
“A fluência leitora é um dos principais indicadores do avanço na alfabetização — não apenas pela decodificação das palavras, mas também pela compreensão e autonomia do aluno. Ao compartilharmos esses resultados com a rede, ampliamos a nossa capacidade de atuação conjunta e reafirmamos nosso compromisso com o direito à alfabetização na idade certa.”
A presidente da UNDIME do RS, Ana Paula Bennemann, enfatizou a importância de políticas públicas com foco na equidade: “Formar leitores é um compromisso que vai além da escola — é para a vida. Os dados nos mostram que as desigualdades não estão restritas às salas de aula. Por isso, não basta garantir o acesso à escola: é preciso olhar para os resultados e pensar em ações que assegurem a aprendizagem de todos.”
Na sequência, Luciana Netto Sales detalhou a metodologia da avaliação, estruturada a partir de três dimensões da fluência: velocidade, precisão e expressividade. Ela explicou que a escala utilizada classifica os estudantes como pré-leitores (níveis 1 a 4), iniciantes ou fluentes, conforme o desempenho em tarefas de identificação de palavras e compreensão de textos.
O gestor de projetos e analista de avaliação da Associação Bem Comum, Ícaro Faria realizou a apresentação dos dados da rede estadual. O destaque foi a expressiva taxa de participação: 94,8% dos estudantes da rede pública realizaram a avaliação, número considerado excelente. Também houve redução significativa no número de estudantes nos níveis mais iniciais de pré-leitura (níveis 1, 2 e 3), com aumento do percentual de alunos no nível 4, o que demonstra avanço na proficiência.
“Conseguimos superar as expectativas. A rede estadual respondeu de forma massiva à avaliação, e os dados agora nos ajudam a enxergar com mais clareza onde estamos e o que precisamos fazer. É com análises mais precisas que podemos definir estratégias mais eficazes”, destacou Ícaro.
O analista também chamou a atenção para o elevado potencial de conversão de estudantes: com base nos dados históricos, estima-se que mais de 75% dos alunos classificados como pré-leitores nível 4 em 2025 podem alcançar os níveis iniciante ou fluente até o final do ano.
Outro avanço está na melhora da acurácia da avaliação, graças a aprimoramentos no uso da inteligência artificial no processo de correção.
Ainda assim, os dados revelam desafios, especialmente no desempenho de alunos pretos e indígenas, reforçando a necessidade de políticas de intervenção que reduzam desigualdades educacionais.
Ícaro também reforçou a importância da elaboração de planos de ação adequados aos diferentes níveis de leitura, com foco em garantir que cada estudante avance em seu percurso de aprendizagem.
Ao final do encontro, ficou evidente que os dados não são um fim em si mesmos, mas um ponto de partida para a construção de caminhos mais justos e eficazes. A alfabetização com qualidade e equidade permanece como uma prioridade no Rio Grande do Sul — e cada novo dado é também uma nova oportunidade de transformar realidades.
ASSISTA À LIVE COMPLETA ABAIXO
Devolutiva dos Resultados da Avaliação de Fluência Leitora 2025
A live apresentou os dados mais recentes da avaliação de fluência leitora, com o objetivo de auxiliar e fortalecer as políticas públicas de alfabetização no Estado. Crédito: TV Seduc RS