O secretário estadual da Educação, José Fortunati, rebateu com indignação à avaliação do presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Eliezer Pacheco, sobre a pesquisa que aponta o nível de satisfação dos pais de alunos a respeito da escola pública. Pacheco afirmou que, em virtude do nível social dos pesquisados, segundo ele das classes D e E, os resultados, embora positivos (na maioria dos pontos as instituições receberam nota superior a oito), não significam que a escola pública alcançou um nível desejado de qualidade. ?O presidente do Inep demonstrou que não conhece a realidade educacional do país?, criticou Fortunati. No Rio Grande do Sul, por exemplo, do total de alunos da Educação Básica (Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio), 54% estão nas escolas estaduais, 33% nas municipais, 1% nas federais e apenas 12% nas particulares. ?Não é possível que 88% dos estudantes gaúchos estejam nas classes D e E?, afirmou, lembrando o grande volume de alunos da classe média que, impulsionados pela política econômica implantada pelos últimos governos federais, abandonam a rede privada e ingressam nas escolas públicas. Fortunati creditou as declarações de Pacheco a um desconhecimento da área e acrescentou que sua manifestação foi preconceituosa, pois desmereceu a opinião das pessoas consultadas pois elas não tinham elevado nível social e de escolaridade. ?O que se espera é que o Inep, ao divulgar as pesquisas, analise de forma mais profunda a verdadeira situação da educação brasileira, sem o ranço privatista que ainda molda as mentalidades de muitos dirigentes da nação?, concluiu o secretário, destacando que a qualidade da escola pública deve ser ressaltada, como fez a Unesco e o próprio Ministério da Educação quando afirmaram, mediante os dados do Saeb e do Enem, que o Estado tem a melhor qualidade de ensino e a melhor rede pública de ensino médio do país.