Mais de 40 educadores representantes do comando de greve do Cpers/Sindicato foram recebidos nesta quinta-feira, dia 16, pelos secretários estaduais da Educação e da Fazenda, José Fortunati e Paulo Michelucci, respectivamente. Em mais um encontro entre Governo do Estado e o Cpers, o secretário Fortunati recordou o início das negociações que aconteceram no dia 1º de fevereiro e depois no dia 14 do mesmo mês, quando foram dados retornos de 19 dos 20 pontos de reivindicação do sindicato, com exceção apenas da questão salarial. ?Sempre mantivemos nossa disposição para negociar. Infelizmente, neste momento, apresentar um índice salarial sem o conhecimento do cenário econômico do Estado para os próximos meses, seria uma irresponsabilidade?, explicou. Segundo Fortunati, a data referência para a apresentação do reajuste segue sendo o mês de maio. Mas destacou que, caso a Secretaria Estadual da Fazenda consiga finalizar a análise das variáveis e antecipar o cenário econômico, o prazo poderá ser revisto, acrescentando que, nesse caso, o comando de greve será chamado novamente para negociação. O secretário destacou alguns acontecimentos que comprometeram ainda mais as finanças do Estado em 2005, como por exemplo, a forte estiagem, cujos reflexos atingem o Estado ainda este ano, a queda do dólar, que afetou seriamente o setor exportador sendo responsável pelo fechamento de dezenas de empresas e demissão de milhares de trabalhadores, e o não repasse, por parte do Governo Federal, dos recursos da Lei Kandir, compensando as perdas do Tesouro do Estado com as exportações. É importante lembrar que no governo Rigotto está sendo concedido um reajuste de 12,25% aos níveis 1, 2 e 3, que correspondem a 20% do total de professores e 21,79% aos níveis 4, 5 e 6, que somam 80% do magistério em janeiro de 2003 (1,74%), em março/03 (3,77%), julho/03 (4,55%), março/05 (4%), setembro/05 (3%) e março/06 (3%). Conforme Fortunati este último reajuste entrará na folha de pagamento de março de todos os servidores, por isso também o pedido de um prazo ao Cpers/Sindicato na concessão de um reajuste neste momento. ?Temos que aguardar o comportamento das finanças do Estado para, com dados concretos, anunciar um reajuste adequado à categoria?. O secretário Michelucci ratificou as ponderações de Fortunati, acrescentando que a reposição salarial para maio não é tática ou política e sim uma medida responsável e necessária para que as finanças do Estado possam se equilibrar. ?O Governo do Estado vem trabalhando para mudar esse quadro de déficit orçamentário que em 2005 fechou em 4,5%. Ontem estivemos em Brasília reunidos com o secretário Murilo Portugal, do Ministério da Fazenda, para que os recursos da Lei Kandir comecem a ser repassados para os cofres do Estado. Precisamos fechar a receita de março e abril para termos um cenário mais concreto?, explicou Michelucci.