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Robótica: representante da 28ª CRE vai ao Amapá capacitar professores

Suziane Toffoli atua no setor desde 2013

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Em Gravataí, estudantes usam materiais recicláveis nos projetos
Em Gravataí, estudantes usam materiais recicláveis nos projetos - Foto: Seduc
Por Renato Gava

A robótica gaúcha está chegando ao Norte do Brasil. A professora Suziane Toffoli, da 28ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), está no Amapá para participar de uma etapa nacional da Olimpíada Brasileira da matéria e capacitar professores da região sobre um dos ramos mais importantes da indústria mundial. No Rio Grande do Sul, o trabalho já é realizado em pelo menos 125 escolas da rede pública. A professora teve contato com o setor há quatro anos, apaixonou-se pela causa e, desde então, vem transmitindo conhecimento e entusiasmo para alunos.

“Estou no Amapá para fazer a divulgação do nosso projeto e mostrar que o Rio Grande do Sul tem robótica pública de qualidade e publica. Começamos a implantar o programa em poucas escolas há dois anos, e desde então o projeto só cresceu. Já vemos os resultados nos alunos, que descobriram na robótica uma paixão, começaram a estudar por conta própria. Alguns que mal pensavam em terminar o ensino médio, agora já falam em conseguir chegar à Ufrgs. É gratificante”, relata, de Macapá, a gaúcha que ficará uma semana na cidade para transmitir aos professores locais um curso de desenvolvimento de robótica.

“Em outubro do ano passado, representantes do Amapá estiveram na Mostratec, em Novo Hamburgo, e fizemos contato. Eles gostaram do trabalho que viram que estávamos realizando e, desde então, tentavam fazer lá uma capacitação para professores. Conseguimos viabilizar isso agora, e a recepção está sendo fantástica. Fizemos formação de robótica com os professores, e vimos que tem muita coisa acontecendo. Está sendo bom para eles e, para mim, também um aprendizado muito grande”, relatou Suziane.

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Em 2013, quando nem sonhava em se envolver na área de robótica, a então professora de História assistiu a uma apresentação do assunto feita pelo professor João Freitas, da 28ª CRE. A possibilidade de, a partir de sucatas, fazer material e levar aprendizado a crianças de baixa renda, apaixonou Suziane. Ela trabalhou com o mentor um ano, até ele sair da Coordenadoria. Pouco depois, a 28ª CRE conseguiu uma parceria com o Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), que disponibilizou cursos aos professores de graça.

Ainda naquele ano, Suziane formou um grupo com 22 escolas. Ao final de 2015, a 28ª CRE disponibilizou para o setor os professores Juliano Bastianello e Rafael Rother, trio que permanece à frente dos trabalhos na rede estadual. Nas palavras da professora, foi quando o projeto deu “um salto”. Rapidamente, em seis meses, o número de escolas quadruplicou. “A gente dividiu os trabalhos em dois grupos. Do primeiro ao quinto ano, é o Roboed Kids, e do 6º ao ensino médio, Roboed Livre. Isso melhorou a dinâmica do trabalho e funciona até hoje”, explica Suziane.

A formação para os professores é feita em quatro meses – uma aula por mês. A gente trabalha conceitos de Física, massa, peso, força e tração, sempre usando material reciclável. À medida em que se avança no conhecimento, professores e alunos podem trabalhar com placa de automação e podem fazer robôs que reconhecem luz, e colocar sensor de presença, de luminosidade e várias outras coisas”, conta Suziane.

Custo zero

 Para fazer com que mais crianças tenham acesso, praticamente todo o material utilizado vem de descartes. Os próprios professores buscam doações de leitores de DVD, motores de impressora e outros equipamentos, além de garrafas pet, pedaços de madeira e papelão para fazer carrinhos e robôs. Apenas nos estágios mais avançados é preciso comprar itens como a placa de arduino, com preço de cerca de R$ 100. “Eu faço a formação, mas o mérito é todo dos professores. O projeto só vingou pela participação efetiva deles”, afirma Suziane.

Segundo a capacitadora, o assunto atrai a maior parte dos alunos e, diferentemente do que ocorre eventualmente em outras disciplinas, os temas de casa são sempre cumpridos. Por mais simples que os projetos pareçam, Suziane assegura que há sempre um conceito de Física pesadíssimo. “Trabalhando isso com crianças bem pequenas fará com que, quando chegarem ao ensino médio, eles tenham mais facilidades em aprender”, raciocina.

E para o futuro? “Tem muita coisa pela frente, muitas ideias. Pode faltar dinheiro, mas não criatividade e vontade. A ideia é expandir a robótica para todo o Estado. Estamos bolando capacitações para que os professores divulguem em cada município. Quero ver fazer robótica sem custo, para estudantes carentes”, finaliza Suziane, que na segunda-feira (14/8) retoma os trabalhos no Rio Grande do Sul.

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